Investimos tempo em pensamentos, preocupações e nos focamos em vários problemas cotidianos, sem perceber o quanto esse processo está automático e inconsciente em nossas vidas. Algo não saiu como esperávamos: ficamos remoendo o insucesso dessa situação, buscando porquês e quens. Alguém agiu de uma forma nada legal comigo, olha aí novamente eu ficar repassando a cena, revisitando as sensações desagradáveis causadas, alimentando mágoas e ressentimentos. O ponto comum dessas situações é o investimento de vida que estou fazendo nelas, e como a nossa vida, representada pelo tempo consumido até o fim da nossa existência, é o nosso bem mais precioso, penso que seja no mínimo inteligente usá-la com consciência!
Voltando às situações, quando fico remoendo ou revisitando o que aconteceu de forma automática, estou deixando minha vida ser consumida sem refletir e decidir se de fato quero gastá-la dessa forma.
Aqui vem o convite para a primeira tomada de consciência: quero realmente investir vida nessas situações? Não quero? Se quero, quanto tempo vou investir – horas, dias, meses, anos? Independentemente da resposta, agora sim você está fazendo escolhas conscientes!
No caso de decidir investir vida nessas situações, te convido para a segunda tomada de consciência: o que é sua responsabilidade na situação que experimentou? Ou seja, o que cabe exclusivamente a você? E para ajudar na reflexão sobre a resposta, vou exemplificar o que “É minha responsabilidade” ou o que “Compete a mim” ou o que eu “Tenho poder sobre…” que são:
• Minhas decisões; Minha conduta; Minhas reações; Minhas ações; Meu esforço; Meus erros; Consequências dos meus atos; minhas vontades; Meus sentimentos; Minhas metas e assim por diante.
Na primeira experiência hipotética, você não tem poder de fazer o passado voltar para que o insucesso não ocorra. Porém, é sua responsabilidade escolher remoer o insucesso, como também, outros caminhos do tipo: entender os pontos que levaram a essa situação de insucesso ou decidir ajustar rotas para que seja feita uma nova tentativa.
No caso da segunda experiência, não compete a você fazer com que a pessoa aja contigo dentro das suas expectativas. Mas é sua responsabilidade escolher ficar revisitando as sensações desagradáveis, alimentar mágoa (má água) ou seguir com outras possibilidades como: conversar sobre a minha percepção da situação para um maior entendimento ou acolher que essa conduta inesperada foi um fato isolado por não refletir a interação habitual que tenho com aquela pessoa.
Quero reforçar que não há problema algum sobre o que escolheu, desde que seja uma escolha consciente e que você esteja bem em gastar vida dessa forma (afinal a vida é individual e intransferível, cada um decidindo pela sua).
Focar naquilo que é de minha exclusiva responsabilidade e escolher de forma consciente, consistente e inteligente o caminho que quero tomar é transformar esse poder que eu já tenho, num superpoder! Usar esse superpoder significa ocupar-se com o que realmente será efetivo para a construção da sua vida, lembrando que o maior beneficiado será você. Isso também ressignificará o tempo que investia em críticas, julgamentos, fofocas e expectativas envolvendo os outros por já saber que não competem a você, não têm poder sobre e não são sua responsabilidade.
Já imaginou a potência do aproveitamento de vida se agíssemos dessa forma para tudo? Olhar para cada situação, entender o que é minha responsabilidade e agir dentro daquilo que compete exclusivamente a mim? Imagine só quantas infinitas possibilidades que se abririam se tomasse para si a direção desse carro, chamado vida, que estava no piloto automático da sua inconsciência.
Nas experiências que vivenciamos, focar naquilo que “É minha reponsabilidade” também representa puxar para si a responsabilidade sobre o desfecho das situações, podendo ser de sucesso ou insucesso, que neste caso tendemos atribuir aos outros ou a fatores externos. Normalmente, buscamos as causas e soluções para nossos problemas fora de nós, mesmo sabendo que não temos nenhum poder sobre aquilo que “Não é minha responsabilidade”. Aqui vale reconhecer que aquilo que “Não é minha responsabilidade” nos influencia sim, tanto é que fica orbitando em torno da nossa mente. Contudo, o que jamais podemos esquecer é que no final das contas a escolha mais poderosa está nas nossas mãos quando optamos por focar e investir conscientemente naquilo que temos exclusiva responsabilidade.
Conhecer, Reconhecer ou Intensificar o uso do meu superpoder de Focar naquilo que É minha reponsabilidade e escolher de forma consciente, consistente e inteligente o caminho que quero tomar é a base para que eu assuma o protagonismo da minha vida, deixando para atras uma atuação de coadjuvante que agir no piloto automático me reservava.
Agora deixo para você refletir: como tem utilizado o seu superpoder?