A vida é uma caminhada cheia de oportunidades e desafios, onde cada obstáculo contribui para sua riqueza e complexidade. Problemas surgem em várias formas – sejam pessoais, profissionais, relacionais ou de saúde – e aceitar sua presença é essencial para uma existência equilibrada. Esses desafios, sejam eles simples e passageiros ou complexos e duradouros, são parte integrante do que vamos percorrer. Enfrentá-los não é apenas necessário, mas também uma chance de crescimento pessoal e fortalecimento da resiliência. A forma como escolhemos lidar com essas dificuldades define não só a solução dos problemas, mas também nosso desenvolvimento contínuo.
Geralmente, diante de um problema, a maioria de nós apresenta alguma das seguintes reações:
- Paralisia ao encarar um problema complexo, devido ao cérebro, sobrecarregado com a quantidade de informações e possíveis soluções, entrar em um estado de inação pela ativação excessiva da parte responsável pelo planejamento e tomada de decisões, que, ao se sobrecarregar, fica incapaz de processar efetivamente as informações.
- Fuga ou Evitação é uma resposta ao medo quando um problema parece ameaçador ou muito difícil, manifestando a tendência natural de evitá-lo na esperança de que ele desapareça ou se resolva por conta própria.
- Resolução Impulsiva é a escolha por soluções rápidas sem uma análise cuidadosa, sendo frequentemente uma resposta do sistema de recompensa do cérebro que busca alívio imediato do estresse ou desconforto.
- Perseverança Inflexível é a aplicação das mesmas soluções ineficazes repetidamente, esperando um resultado diferente, insistindo no investimento de mais recursos na mesma decisão ou solução falha para, inconscientemente, justificar seus investimentos anteriores.
Se os desafios estão (e estarão) presentes em toda a vida e as nossas reações imediatas não são colaborativas, entra em ação a forma que escolheremos encarar essas situações depois que os pensamentos e emoções instantâneas se apresentarem. Colocando-os de lado, retomamos a consciência da situação e conseguimos reconhecer que todos nós temos os recursos necessários para enfrentá-los de maneira mais eficaz.
Um desses recursos envolve identificar e desafiar pensamentos negativos ou disfuncionais, reestruturando nossa perspectiva sobre um problema, ressignificando-o de uma ameaça insuperável para uma oportunidade de crescimento e aprendizado. É como se substituíssemos a pergunta clássica que acompanha um novo problema: “Por que isso está acontecendo comigo?”, por: “Para que isso está acontecendo comigo?”. Nossas ações e atitudes para superar o desafio serão o reflexo da nossa percepção sobre a situação.
Outro recurso muito importante é dividir um problema em partes menores e manejáveis, focando em uma pequena parte de cada vez para que o cérebro processe informações de maneira mais eficiente, reduzindo a sobrecarga cognitiva. Desta forma, podemos progredir gradualmente em direção à solução.
Assim como se você estivesse diante de um emaranhado de fios coloridos de lã com a missão de separá-los, cada fio por cor, a resolução de problemas na vida requer uma abordagem simples, metódica e paciente. Ao olhar para o emaranhado, a complexidade – quantidade de fios, nós, tempo que será investido, falta de visibilidade do fim da missão, etc. – pode parecer esmagadora. Porém, resta como única alternativa escolher uma ponta qualquer e começar a liberar esse único fio para, gradualmente, o emaranhado começar a se desfazer, o que exigirá de você paciência, persistência e foco no objetivo final.
O processo pode ser longo e exigente, mas a recompensa de ver nossos esforços transformados em conquistas vale cada fio desatado.